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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Modelo de Desenvolvimento é discutido por entidades de Itaituba

Foi realizada na tarde do dia 8, no auditório da CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaituba, a primeira reunião de trabalho sobre o modelo de desenvolvimento econômico para Itaituba e região.
As organizações presentes manifestaram sua preocupação quanto à forma como o tema vem sendo tratado, de cima para baixo, principalmente por parte dos governos federal e estadual.
Estiveram presentes representantes de diversos segmentos da sociedade civil organizada, motivados pela elaboração de um plano de enfrentamento dos grandes desafios e debates que se aproximam com o crescimento do interesse de investidores de fora na região do Tapajós.
Esses investimentos, até o momento, ainda não proporcionaram uma qualidade de vida melhor para as pessoas que aqui vivem.
Muito pelo contrário, as mazelas sociais só vem aumentando, com destaque para a dificuldade em oferecer serviço de saúde adequado, índices alarmantes de prostituição e exploração sexual de crianças e adolescentes, além do aumento da violência.
A preocupação do Fórum de Entidades iniciou através das redes sociais, e cresceu após a informação de que estava prevista para o dia 22 de junho a assinatura de um protocolo com a empresa Louis Dreyfus sobre ETC – Estações de Transbordo de Cargas , condicionantes e indústrias na região do Tapajós.
MODELO PRÓPRIO
O conteúdo do protocolo com essas condicionantes, de interesse máximo para região, não chegou a ser divulgado pela Codec – Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará, órgão ligado ao Estado.
Segundo Patrick de Souza, presidente da CDL, Itaituba tem indivíduos pensantes.
“Não aceitaremos que decidam por nós. Vamos criar nosso próprio modelo de desenvolvimento e condicionantes para que essas empresas se instalem no nosso território. Ou esses empreendimentos e o governo aceitam discutir, aqui em nosso território, ou vamos para o enfrentamento político com eles”, enfatizou.
SANTARENZINHO
Outra questão importante é que a área de interesse dos investidores é uma área conhecida como Santarenzinho, alvo de ações judiciais e disputa territorial entre Itaituba e Rurópolis.
De acordo com o jornalista Jota Parente, um dos colaboradores do diálogo sobre o desenvolvimento da região, Santarenzinho nunca pertenceu a Rurópolis, pelo simples fato daquele município, ao ser criado, ter sido desmembrado, 100%, do território de Aveiro.
Durante a reunião foi criado um cronograma de ações voltadas para pesquisa, busca de informações, debates e outras reuniões de trabalho com a participação de parlamentares e representantes do poder legislativo.
ALMOXARIFADO
“Precisamos saber o que queremos”, disse o geólogo Jubal Cabral filho, integrante do grupo de discussão, interessado no desenvolvimento da região.
A próxima reunião está marcada para tarde dessa sexta-feira e é aberta aos colaboradores.
Nesse encontro serão organizadas as primeiras propostas de condicionantes que darão forma ao modelo único de desenvolvimento econômico e social que Itaituba precisa.
“A região do Tapajós é um importante eixo de desenvolvimento para o mundo, e esse desenvolvimento necessariamente precisa estar atrelado ao fortalecimento econômico, social e ambiental da região. Não podemos aceitar ser simplesmente almoxarifado de commodity, enquanto a população sofre os mais variados problemas e nossa organização é imprescindível para o sucesso das movimentações”, pondera Alex Pamplona, jornalista e coordenador da Universidade Paulista em Itaituba.
Cassiélle Anaiá, Jornalista de Itaituba

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Santarém precisa de Desenvolvimento e não somente Progresso

Na manhã desta quarta-feira(07/06), o vereador Dayan Serique, PPS, durante seu pronunciamento na tribuna da Câmara Municipal, fez uma reflexão sobre o preço que paga o município de Altamira (PA), onde chegou o progresso e não o desenvolvimento. Disse que muitas vezes o conceito de progresso e desenvolvimento são usados como sinônimos, o que não é verdade. Pois progresso é quando chegam as indústrias, construção civil, portos, entre outros grandes projetos, mas apenas a classe de empresários é beneficiada com essas obras. Já o desenvolvimento transcende isso, vem seguido de saúde, educação, emprego, renda, traz consigo a qualidade de vida aos seus habitantes e melhora o IDH (índice de Desenvolvimento Humano), e principalmente, traz riqueza para todos quando os dois crescem na mesma proporção.
O vereador Dayan Serique, disse que “somente o progresso chegou para Altamira, e infelizmente, hoje lidera o índice de maior criminalidade do país, enquanto Santarém ocupa uma posição diferente, ainda confortável e com baixo índice de criminalidade, e agora imagine esse progresso chegando em Santarém de forma desorganizada?, sem trazer de fato o desenvolvimento” questionou.
Ao concluir sua fala, o parlamentar destacou o seu papel no poder legislativo é sempre buscar o debate e o diálogo. “Não podemos simplesmente trabalhar com visão no setor produtivo, temos que representar o cidadão, o morador que está procurando emprego e que não abre mão de estar seguro na frente de suas casas. Esclareço ainda, que há uma enorme diferença entre progresso e desenvolvimento, e é isso que temos que buscar, o desenvolvimento e não apenas o progresso” ratificou o segundo vice-presidente da Casa de Leis.

Todos queremos Desenvolvimento!


terça-feira, 6 de junho de 2017

Câmara de Santarém é a favor de Desenvolvimento dentro da Legalidade


Durante uso da tribuna, na sessão da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (06/06), o vereador Dayan Serique, do PPS, repercutiu a reunião realizada na terça-feira (05/06), no período da tarde na Casa de Leis. Dayan Serique iniciou o pronunciamento falando da reunião e dos entraves que dificultam a instalação dos portos graneleiros, entre outros projetos para Santarém.
Na oportunidade, o parlamentar lembrou que o problema é histórico e que é preciso a união de todos para vencer essas dificuldades, porém lamentou que coordenador da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará, Olavo Neves, não ter recebido bem críticas ao seu modelo de desenvolvimento e acabou usando de palavras pejorativas durante sua fala na reunião, desrespeitando a Câmara de vereadores, e isso indignou o vereador Dayan Serique, pois o Poder Legislativo Santareno existe há 188 anos e os parlamentares nunca foram contra qualquer tipo de investimentos a serem feitos em Santarém, pelo contrário, todos apoiam e contribuem para o desenvolvimento. O 2º vice-presidente da Câmara, Dayan Serique, disse que “A Câmara nos seus 188 anos, tem contribuído para o desenvolvimento de Santarém e por isso, deve ser respeitada e nós vereadores não podemos nós acovardar diante dos debates e dos entraves que dificultam o desenvolvimento de nossa cidade, Santarém espera muito de nós, é assim que devemos agir, procurando sempre honrar nosso mandato e buscar sempre o melhor para o nosso povo” desabafou o vereador.

Para encerrar seu pronunciamento, o vereador Dayan Serique informou o que resultou a reunião se deu com a decisão da criação de uma comissão municipal para discussão do desenvolvimento de Santarém de forma sustentável, e uma Carta do poder público, que ainda será elaborada, que manifeste o interesse e apoio a instalação dos empreendimentos e investimentos de grande porte.

Após Belo Monte, Altamira-PA supera taxa de homicídios de país mais violento do mundo

Nos anos 2000, em Altamira, cidade pacata no centro do Pará, havia paz às margens do rio Xingu. A rotina de calmaria, porém, foi terminando ao mesmo tempo em que era erguida a usina de Belo Monte.
Desde o anúncio da obra, o município passou a viver uma explosão de violência que o fez ingressar na lista das dez cidades com maiores taxas de homicídios do país.
Segundo dados do Datasus, em 2015, o município registrou 135 homicídios –o que dá uma média de 124 mortes por 100 mil habitantes. Para efeito de comparação, a taxa é 37% maior que Honduras, país com maior taxa de homicídios do mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). No Brasil, essa média não chega a um quarto disso: 29 por 100 mil.
Para imaginar a mudança de vida, basta voltar ao ano de 2000, quando Altamira registrou apenas oito homicídios e média de 9,1 mortes por 100 mil habitantes. Em 2009 –quando a Eletrobras já solicitava a licença prévia de Belo Monte–, a taxa já era de 50,6 mortes por 100 mil pessoas. Seis anos depois, essa média saltou 147%.
“Os resultados indicaram, a partir do início da construção da usina, um vigoroso crescimento da violência, que atinge a população nos cinco municípios diretamente afetados pelo projeto em dimensões proporcionalmente muito maiores do que acontece em outras sub-regiões do Estado do Pará”, aponta o artigo “A Hidrelétrica de Belo Monte e Seus Efeitos na Segurança Pública”, dos pesquisadores João Francisco Garcia Reis e Jaime Luiz Cunha de Souza Professor, da UFPA (Universidade Federal do Pará).
“Tais municípios tiveram sua estrutura social, econômica e ambiental profundamente alterada com a chegada das empreiteiras encarregadas da construção e a migração de grandes contingentes de pessoas oriundas de todas as partes do Brasil”, complementa.
Causas e efeitos
Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, os números da violência estão ligados à chegada das obras e recursos ao maior município em território do país (159 mil km², o equivalente ao Estado do Ceará), somada à falta de investimentos públicos no local.
“Altamira tinha problemas de segurança, sim, mas não da forma gigante como chegou”, afirma Antônia Melo, coordenadora do movimento Xingu Vivo para Sempre, que congrega várias entidades da região.
Um dos exemplos da violência foi o assassinato, em outubro de 2016, do então secretário de Meio Ambiente e Turismo da cidade de Altamira, Luís Alberto Araújo, 54.
Ele era conhecido pela atuação rígida contra a exploração mineral e o desmatamento. Após a morte, houve protesto na cidade, que cobrou apuração do caso –mas até hoje o crime não foi elucidado.
‘Lá não tem nada, é uma desgraça’
Segundo Melo, a rotina da cidade hoje é de medo. “Todos aqui dizem que perderam a paz. Hoje é assalto em todo canto, mortes. Virou um verdadeiro campo de guerra civil, não só violência física, mas da ausência de direitos das pessoas”, afirma.
Para Melo, desde a chegada de Belo Monte, o desenvolvimento propagado pelo governo trouxe consigo as drogas. “A juventude é a principal vítima disso. Em Altamira, não há mais um espaço de lazer para jovens. Antes, tinha a beira do rio, que não era poluído, para as pessoas tomarem banho. Pessoas foram transferidas de suas margens aos novos assentamentos, e lá não tem nada. É uma desgraça, não tem outra palavra”, explica.
O professor de direitos humanos do curso de etnodesenvolvimento da UFPA, Assis Oliveira, lembra que, além das mortes, o Relatório de Vulnerabilidade Juvenil à Violência de 2015 apontou Altamira como o terceiro pior índice entre todos os municípios do Brasil com mais de 100 mil habitantes.
“A violência social, e não somente a de homicídio, aumentou drasticamente a partir do ano de 2010, e isto se reflete em todos os outros índices que tenho apurado, da violência sexual, dos conflitos familiares, da violência contra a mulher e do tráfico de drogas”, afirma.
Oliveira explica que essa alta é uma soma de duas equações: o grande aumento populacional em curto período de tempo e a falta de uma preparação do território e das políticas públicas para atender às novas demandas.
“Isso tem no setor de segurança pública uma questão emblemática, pois ele não entra como parte dos investimentos das condicionantes socioambientais. Somente em 2011, portanto já no processo agudo de aumento da violência, faz-se um Termo de Cooperação entre a Norte Energia e o governo do Estado do Pará, para realizar o investimento em algumas medidas estratégicas de segurança pública”, afirma.
Para o professor, a violência na região também tem causas mais profundas, que vêm do aumento da desigualdade socioeconômica causada pela obra.
“Esta desigualdade socioeconômica só tende a crescer ao longo das etapas da obra, pois é justamente agora, no período da chamada desmobilização dos trabalhadores e vigência da Licença de Operação de Belo Monte, que ocorre uma redução demográfica e um forte baque na economia local, com maior desemprego, trabalho informal e precarização das condições de vida”, conclui.
Outro lado
A Norte Energia informou que o Projeto Básico Ambiental de Belo Monte não previa investimentos para a segurança pública na área de influência da usina. Mesmo assim, a empresa diz que firmou um convênio com o governo do Pará e investiu R$ 110 milhões nos cinco municípios da área de influência direta.
No caso de Altamira, a Norte Energia afirma que os recursos serviram para compra com helicóptero, implantação de um sistema de videomonitoramento e reforma das sedes das polícias Civil e Militar e do prédio do Instituto Médico Legal.
Em nota, enviada após a publicação da reportagem, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará contestou “com veemência as metodologias de pesquisas que utilizam como fonte de dados o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), criado pelo Datasus”. Segundo a pasta, foram 63 homicídios na cidade em 2015.
Para chegar ao número de 135, em 2015, o UOL usou o dado de mortes por agressões intencionais cometidas por terceiros. Os dados do Datasus são atualizados pelas causas da morte contidas nas certidões de óbito. Por isso, o dado é internacionalmente usado como parâmetro.
“O ranking criado pela metodologia merece uma discussão, a fim de que sejam respeitadas as diferentes formas de captação de dados dos Estados brasileiros, a exemplo do Pará, que coleta informações referente à criminalidade a partir de boletins de ocorrência. A necessidade de discussão é tão necessária que, em outubro de 2015, o governo baiano questionou, oficialmente, o Ministério da Justiça por conta do uso da metodologia SIM, empregada pelo Senasp no trabalho Diagnóstico dos Homicídios do Brasil daquele ano”, diz o comunicado.
A secretaria ainda diz que ações de prevenção e combate à criminalidade na região, no segundo semestre de 2016, reduziram os índices de homicídios, latrocínios e roubos a residências. “Foram apreendidas quase 150 armas de fogo, efetuadas 28 prisões e cumpridos 39 mandados de prisão. Em 2016, a Polícia Civil prendeu todos os envolvidos no assassinato de um casal e um filho da família Buchinger, crime de grande repercussão na cidade de Altamira.” 
(Uol)