Com a presença do deputado federal e presidente
estadual do MD, Arnaldo Jordy, o recém-criado partido realizou na manhã deste
domingo (19), em Santarém, seu encontro regional. A construção da nova sigla e
os projetos desenvolvimentistas que estão acontecendo no Pará foram os assuntos
abordados pelos participantes. O evento ocorreu na Câmara Municipal de
Vereadores e contou com a presença dos vereadores eleitos pelo antigo PPS Dayan
Serique (Santarém), Pedro Nogueira (Óbidos), Lúcia Braga (Alenquer) e Macedônio
(Uruará). O prefeito de Uruará, Everton Moreira, entre outras lideranças
regionais, também prestigiou o evento. O presidente do antigo PPS Francisco
Badi e seu vice Nerivaldo César compuseram a mesa. O grupo Batuque do Carimbó e
a cantora Larisse Sena fizeram apresentações durante o encontro.
Dada a palavra à mesa, o vereador Dayan Serique destacou
o espaço que o PPS e o PMN conseguiram em Santarém e que, segundo ele, tem se
refletido no Oeste paraense. Ele colocou como exemplo os colegas que estavam à
mesa, que vieram de outras cidades. “É um projeto que cresceu graças ao
trabalho de nossa militância”, frisou.
O prefeito de Uruará, Everton Miranda, destacou o esquecimento
do Oeste do Pará por lideranças regionais e nacionais. Ele parabenizou o
deputado Arnaldo Jordy por sempre está presente no interior do estado. Miranda
fez duras críticas ao processo de construção da usina de Belo Monte, que
afetará indiretamente sua cidade. Segundo ele, as ações de compensações e
condicionantes não estão sendo cumpridas. “Fico satisfeito quando vejo
lideranças aqui. As condicionantes da hidrelétrica de Belo Monte não estão sendo
cumpridas. Peço apoio para que a mesma coisa não ocorra com as usinas do Tapajós.
As condicionantes têm de serem realizadas antes do projeto concluído e isso não
está acontecendo” argumentou Everton Miranda.
O deputado federal Arnaldo Jordy, após saudar os
participantes do encontro, elogiou a apresentação do grupo de Carimbó. O
parlamentar disse que em outra ocasião a fusão entre PPS, PMN e PHC já havia
sido debatida. Ele destacou que é difícil fazer política no Brasil agregando
alguns valores e defendendo bandeiras que primam pelo desenvolvimento social.
Disse ainda que, pela história do PMN, não há junção
de “seres estranhos”. “Não há agressão doutrinária, programática ou filosófica”,
pontuou.
Para Jordy, o processo de fusão entre PPS e PMN foi
precipitado antes pela conjuntura política. Jordy disse que o MD vai manter a
sua assinatura de partido ficha limpa. “Nessa fase de transição, no Pará, as
executivas e os diretórios do MD passaram a ser dirigidos pelas lideranças que
estavam à frente do PPS. Foi um consenso entre as siglas. Não vamos mudar a
nossa assinatura, a concepção de um partido sério, decente, ficha limpa. Políticos
com mandatos já procuraram o MD, mas que são incompatíveis com a ideologia do
MD”, informou.
O parlamentar falou sobre o crescimento da sigla no
oeste paraense e criticou deficiências no estado que não conseguem resoluções por
parte dos governos. “O PPS nas últimas eleições municipais foi o que mais
cresceu. Cresceu em função de sua militância, quadros, estratégia, e ações.
Porque construímos esse crescimento. 40% da população do Pará vivem abaixo da
linha da pobreza. 2 milhões de pessoas sem água potável. O Pará se notabiliza
pela violência contra crianças e adolescentes”.
Jordy chamou a atenção para o uso dos investimentos
que serão efetuados no estado nos setores de mineração e energia. “Será
premiado [o Pará] com recursos e investimentos na área de mineração e energia
na ordem de R$ 100 bilhões. Esse investimento não se reflete em desenvolvimento
com justiça social. Lamentavelmente, a nossa representação política está
distante desse desafio. Eles [os políticos] pensam que esse cenário deve ser
revertido em favor de seus interesses particulares. Nossos senadores brigam
todo domingo para saber quem roubou mais no Pará. Consomem os dois maiores veículos
de comunicação do estado. Esquecem os debates necessários à vida da população”,
disparou Jordy.
O deputado federal lembrou que, em Brasília, está ocorrendo
uma “guerra fiscal onde cada estado puxa para si”. Os assuntos de interesse da população
não recebem a devida importância. “Num debate para discutir o FPE compareceram
apenas três deputados federais”, exemplificou.
Ele criticou o modelo do pacto federativo e disse
que os estados da Amazônia são tratados e vistos como meros fornecedores. “Precisamos
fazer uma revolução nisso. No pacto federativo, o estado do Pará é um mero almoxarifado
do Brasil. O modelo de Tucuruí vai se repetir nas usinas do Tapajós. Eles
querem saber de colocar empreiteiras que financiam as campanhas eleitorais”,
pontuou. “Em Belo Monte, prolifera a prostituição, escravidão, violência. Todos
os efeitos colaterais previsíveis. Isso aconteceu em Tucuruí. Tragédia
anunciada. Este modelo não nos interessa. Boa parte dos investimentos de Belo Monte
não tem concorrência do empresariado local. O fisco da energia elétrica difere
do dos royalties do petróleo. Porque o fisco da energia é no consumo e não na
fonte? Porque ninguém levanta essa bandeira e ninguém compra esse briga?”,
finalizou Jordy.
Após os debates, o vento encerrou às 13h20min.
Assessoria de Comunicação do MD/Santarém
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