Estelionatário virtual é preso em Santarém

Por Juscelino Ferreira

Uma equipe de policiais civis da Delegacia de Crimes Contra a Integridade da Mulher, sob o comando da delegada Márcia Rabelo, prendeu em flagrante, no início da tarde de ontem, o elemento Denny Jone Carnon Souza, 31 anos, natural de Belém, mas que estava residindo em Santarém há um mês e meio. Ele foi preso no momento em que recebia a quantia de R$ 750 das mãos de uma estudante universitária com quem começou um namoro virtual, através do Orkut, há dois meses quando o acusado ainda morava na capital do estado. De acordo com o relato da vítima, que por sinal pertence a uma família evangélica tradicional de Santarém, depois de 15 dias de namoro pela internet, Denny Jone a convenceu a alugar um apartamento em Santarém, sob o argumento do que ele estava muito apaixonado e viria morar em Santarém.

Encantada com as juras de amor de Denny Jone, a estudante alugou o apartamento e entregou as chaves para ao acusado. Poucos dias depois, já morando no apartamento, Denny passou extorquir a namorada, pedindo dinheiro e ameaçando-a de publicar na internet um suposto vídeo pornográfico em que a mesma aparecia. E diante das ameaças, a jovem fez vários depósitos em dinheiro na conta do acusado. Porém, ele continuou a persegui-la, o que fez a estudante procurar a Delegacia da Mulher para denunciar o fato.

Com base no relato da vítima, os policiais armaram uma situação e conseguiram prender Denny Jone em flagrante, no exato momento em que ele recebia o dinheiro das mãos da vítima. Em poder do acusado a polícia encontrou cinco telefones celulares, comprovantes de depósito, CDs e DVDs pirateados, além de uma lista contendo os nomes de 46 mulheres, possivelmente vítimas de Denny Jone. Segundo a delegada Márcia Rabelo, o acusado agia com a ajuda de uma mulher que ainda não foi identificada, o que sugere a existência de uma quadrilha composta por estelionatários. “Nós acreditamos que ele faça parte de uma quadrilha especializada na prática da extorsão”, afirmou Márcia. Denny, por sua vez, negou a extorsão, mas não soube explicar com exatidão os motivos que levavam a estudante depositar dinheiro na conta dele.

A reportagem tentou contato a vítima, mas um familiar informou que a mesma não quer ter a identidade revelada e por isso prefere não falar com a imprensa. Já o acusado foi transferido, ainda na tarde de ontem, para o Centro de Triagem da Susipe. Antes, porém, Denny prestou depoimento e, além de jurar inocência, contou pelo menos cinco versões sobre sua atividade. Primeiro disse que era funcionário de uma empresa de telefonia, depois disse que era contador, em seguida afirmou que trabalhava para uma multinacional e por fim declarou que era assessor parlamentar de uma deputada estadual.