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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Homenagem ao Tio Frank Sherman Land


 Tio Frank Sherman Land

Coube-nos a não fácil tarefa de trazer aos irmãos algumas palavras em homenagem a um homem ao qual está ligada a origem e a história como um todo de nossa Ordem - o Tio Frank Sherman Land.
Prestamo-lhe tributo nesse mês por ocasião de ter sido o dia 8 de novembro do ano de 1959 a data em que nos deixou e passou ao "Oriente eterno". Muitas coisas, enfim, poderiam ser ditas em seu louvor, resultando uma biografia pródiga de exemplos e reconhecimentos de sua honradez como maçom, como cidadão e, acima de tudo, como ser humano. Porém, o que nos move a proferir algumas palavras em sua memória é algo, esperamos, mais espontâneo e próximo à sua pessoa; pessoa que não pudemos, por certo, conhecer, mas cujo espírito e legado nos permitem traduzi-lo e torná-lo digno do nosso mais sincero afeto.
Não datas que marcam alguns poucos fatos de uma saga é o que se pretende apresentar, mas alguns poucos versos que trazem, mais que qualquer longa, altissonante e grandiloqüente epopéia nos traria, o ser que foi e que é para a Ordem DeMolay. Assim, pois, nos versos do poeta Fernando Pessoa:

Pra ser grande,
Sê inteiro.
Nada teu exagera ou exclui.
Sê tu em cada coisa,
Põe o que és no mínimo que fazes
Assim a lua toda brilha
Porque alta vive.

 
Assim, pois, é que ousamos compreender Tio Frank Sherman Land. Alguém que foi grande e soube sê-lo. Grande homem, grande maçom e grande cidadão; enfim, alguém que viveu a completude de sua boa natureza e de sua nobreza de caráter. A virtude é não apenas potência ou disposição, mas, sobretudo, atividade do espírito humano. Ensinou-nos Tio Land esta lição, testemunhando-nos, bastaria, apenas com o seu proceder.
Ainda mais, como já se disse, soube ser grande. E o que isso vem a atestar é o fato de que soube ser ele mesmo em cada coisa, dando de si naquilo que empreendeu. Quando se trabalha por pura vaidade, o labor é tão volúvel quanto aquilo que o alimenta. Já os frutos que se percebem de um trabalho sério e verdadeiro perduram, persistem. Assim cremos que foi Tio Land - não só idealizou, mas agiu, e o fez com determinação.
Com Tio Frank Sherman Land, no debutar do século XX, nasceu a nossa venerável Ordem DeMolay. Não mediu esforços para consolidar e dirigir algo em que jamais deixou de acreditar - a Juventude. Nela vislumbrou um solo profícuo para a difusão das idéias cívicas e das virtudes morais. A formação do caráter na manhã da vida é uma atitude bastante sábia quando se visa ao aperfeiçoamento humano, dando-lhe as bases para que na maturidade venha a ser alguém digno de apreço pelos homens de bem e que em seus atos sempre honre ao Pai Celestial. Não é outro o propósito da Ordem DeMolay. Propósitos que não são secretos para ninguém e nem sequer foram concebidos para ser privilégios de poucos. Neste sentido é que sempre pugnou Tio Land, defendendo a expansão destes ideais a todos aqueles que honestamente se propusessem a assimilá-los e segui-los.
Temos, enfim, a Ordem Internacional DeMolay. Fruto, inegavelmente, do trabalho de muitos, mas, em especial, deste homem que deu estrutura a um sonho, permitindo-nos tê-lo, hoje, como uma realidade ativa.
Contudo, deixou-nos Tio Land. Intrigante mistério que cerca a vida dos grandes homens, cuja existência, não raro, é como um lampejo que rompe as trevas da noite: em um instante apenas, reluz em toda a sua magnitude, e perde-se na imensidão do desconhecido. Permanecem, entretanto, as suas obras, e a memória de sua breve passagem entre nós - luzes que não se pode, jamais, deixar que se extingüam.
"Assim a lua toda brilha porque alta vive". Por fim, qualquer que seja o mistério que acerca a existência humana, fato é que a morte não vence o ser que fomos e os exemplos de humanidade vivida, ou mesmo o esforço contínuo nesse sentido, cônscios de nossa imperfeição. Não nos cabe especular sobre a sorte feliz ou infeliz da alma de quem quer que seja, nem mesmo discutir a existência ou não de uma vida futura. Cremos, no entanto, na sabedoria, justiça e bondade das leis eternas do cosmo, ou seja, da Providência Divina. Cabe-nos, como humanos, ser bons e sintonizar, na vida presente, a nossa vontade com a vontade de Deus, posto que o resto vem por si mesmo e não poderia deixar de ser bom. Assim, Tio Frank Sherman Land, onde quer que ele esteja, "se memória desta terra se consentir", que se orgulhe do nosso trabalho. É o nosso compromisso com ele e conosco.
Edson Kiyoshi Nacata Júnior - Grau DeMolay

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