Mas os integrantes das equipes das quatro frentes contra e a favor dos Estados do Carajás e Tapajós já estão preparados para o embate.
O resultado dessa luta com tendência de ser tão gigante quanto a dimensão do Pará será contado nas urnas, no dia 11 de dezembro, quando a população vai dizer sim ou não à divisão e aos Estados do Carajás e Tapajós.
Até lá, a guerra será mesmo de criatividade dos marqueteiros. Uma reunião das grandes cabeças do marketing paraense foi formada no pool das agências Gamma, Griffo, Galvão e Mendes Publicidade, que se juntaram à 3D produtora para começar a campanha contra a divisão.
O presidente da Frente Contra a Criação do Tapajós, deputado estadual Celso Sabino (PR), afirma que, apesar dos recursos escassos, a população do Pará vai ver na TV e rádio que a divisão é inviável e, logo nos primeiros programas, vai poder constatar que os Estados de Mato Grosso e Goiás tiveram muitos problemas com a divisão que viabilizou a criação dos Estados do Tocantins e Mato Grosso do Sul.
Uma equipe foi enviada aos dois Estados para mostrar os problemas financeiros que a divisão poderá deixar como herança ao Pará remanescente, informa Sabino. “Nossas vinhetas estão prontas e vamos mostrar que, apesar de todos os problemas que o Pará enfrenta, a divisão jamais será a melhor saída”, assegura Celso Sabino.
Já o presidente da Frente pela Criação do Tapajós, deputado federal Joaquim de Lira Maia (DEM), aposta na campanha da mídia para convencer mais eleitores da necessidade de criação do Estado do Tapajós, uma luta de mais de um século. “É uma tendência natural na nossa região. Vai diminuir as distâncias e melhorar a capacidade de gestão. O plebiscito é a oportunidade de consolidarmos um projeto antigo de criação do Estado do Tapajós. Quem conhece a realidade da nossa região é a favor da criação do Tapajós”, acentua Lira Maia.
O deputado ressalta que cerca de 90% da população do nordeste paraense não conhece a realidade do oeste do Pará e, por isso, acaba se manifestando contra a criação do Tapajós. Para Lira Maia, se todo paraense conhecesse as regiões do Carajás e Tapajós, apoiaria os novos Estados. Por isso, ele aposta que a campanha na mídia será a melhor oportunidade de mostrar essa realidade.
Declaração de Marina Silva vira arma pró-Tapajós
O publicitário baiano Duda Mendonça responde pela mídia em prol da criação dos novos Estados, a partir da divisão do Pará. O presidente da Frente Pró Carajás, deputado estadual João Salame (PPS), afirma que o foco da campanha na mídia serão os eleitores de todas as regiões, uma tentativa de atrair a população das regiões nordeste e do Marajó para o convencimento de que a criação do Carajás e Tapajós não será prejudicial ao Pará remanescente.
As duas frentes apostaram em mostrar números, baseados em pesquisas encomendadas que apontam a viabilidade dos dois possíveis futuros Estados. Além disso, outro ponto forte da campanha do plebiscito serão os números fiscais. As frentes pró Carajás e Tapajós vão tentar convencer a população que, dividido, o Pará ficará menor, mas com mais recursos provenientes do Fundo de Participação dos Estados (FPE). “A nossa campanha será otimista, vamos mostrar que já deu certo em outros Estados e dará certo também aqui. O que adianta o Pará grande com poucos recursos?”, questiona João Salame. Para ele, não há outra saída que a divisão para criação de novos Estados, onde o poder público seja mais presente.
Outro elemento que deverá ser usado na campanha de criação dos novos Estados é a declaração da ex-ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva. Na semana que passou, ela demonstrou apoio à criação do Tapajós, dizendo que conhece a realidade do Baixo Amazonas e que a presença do Estado será maior com a criação do Tapajós. “Sem dúvida ela é uma mulher sensível, tem grande representatividade no País e conhece a realidade da ausência do Estado, pois tem uma origem humilde no Acre”, afirma Salame.
Diário do Pará
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