Em um comunicado a seus acionistas, a TAM confirmou publicamente na manhã de hoje que negocia a aquisição da Trip Linhas Aéreas, maior empresa de aviação regional do Brasil. O texto da empresa dá uma bela floreada, dizendo que as empresas mantém “tratativas” para o “aprimoramento do Acordo de Codeshare existente e a identificação de possíveis oportunidades para fortalecimento e expansão de seus negócios”.
A nota aos investidores, porém, indica que as negociações estão adiantadas e há grande possibilidade de que a Trip passe a fazer parte do grupo da TAM, como a Pantanal, e no futuro da internacional LATAM, formado pela aquisição da companhia brasileira pela LAN. Também especula-se que pode haver a venda de somente uma parte – em torno de 30% da companhia regional.
Para os passageiros, a aquisição pode trazer notícias ruins de curto prazo, como a unificação de rotas onde as duas empresas operam e diminuição da concorrência. Aumentar a concentração de mercado não traria qualquer benefício para os consumidores – basta ver os exemplos recentes da venda da Pantanal e da Varig.
Desde a compra da Varig pela GOL, o mercado ficou fortemente concentrado em apenas dois grupos: TAM e GOL. Recentemente Azul, Webjet, Avianca, Trip e Passaredo lutam para mudar esse quadro, mas as duas gigantes continuam com quase 85% do mercado nacional. Com a compra da TRIP, os grupo TAM e GOL passariam a ter quase 90% do mercado.
No final de 2009, a TAM comprou a Pantanal e o que se viu, na prática, foi o fim dessa companhia aérea. Hoje, a Pantanal não existe mais como companhia regional, a negociação serviu apenas para a TAM aumentar seus voos no aeroporto de Congonhas, o mais rentável do país.
A Trip nos últimos anos vem crescendo de forma sustentável e sempre dando lucro, até o meio do ano a empresa já estará atendendo mais de 85 destinos no Brasil, ela tem levado a aviação a dezenas de cidades onde nenhuma outra companhia aérea atende.
Se há alguma expectativa positiva para o futuro seriam mais investimentos na extensão da malha regional da Trip. Aliás, comenta-se que a venda seria uma forma de a empresa justamente conseguir mais recursos para seu plano de expansão. Isso, contudo, dependerá da visão estratégica do grupo LATAM para o Brasil.
Por fim, com relação ao mercado, o grupo LATAM se firma como maior gigante da América do Sul, abrindo distância ainda maior para os concorrentes da Avianca/Taca.
Resta-nos aguardar os próximos lances desta disputa e ver se as empresas chegarão de fato a um acordo e se as autoridades brasileiras permitirá a fusão das companhias aéreas.
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