Por Sabrina Plachi
O ser humano acha que tudo o que existe no planeta, e fora dele, é para seu bem estar. A natureza lhe oferta flores para embelezar o seu dia, frutas para lhe alimentar, animais para fazer companhia e extrair deles peles para lhe cobrir do frio, penas para seu enfeite, carne para seu alimento e gordura para seus cosmésticos.
Até no início desse século o ser humano não tinha consciência que esse benefício deveria ser mútuo e não uma relação de parasitismo onde o homem explora tudo ou todos não importando o que ou quem afetaria.
O egocentrismo do ser humano é tanto que ele acredita ser a melhor criação de Deus. E para quem acredita em evolução o homem seria o melhor dos animais, pois está no topo da cadeia evolutiva.
Observe o sistema das abelhas: elas nascem, trabalham em perfeita harmonia e nunca (NUNCA) ocorre um desequilíbrio, todos vivem em paz. Observemos agora a organização dos gorilas: Formam bandos, respeitam todos do grupo, existe um guia, os mais novos aprendem a respeitar e amar, todos vivem em perfeita paz. Observemos os mais próximos do homem: o cão. Sempre está em perfeita harmonia com o mundo onde vive, ama incondicionalmente os membros de sua família (isso inclui o ser humano) e não culpa ninguém por nada, consegue procriar sem precisar da ajuda de ninguém.
Já parou para pensar no sistema do ser humano? Chefes ladrões, membros da família desobedientes, nunca admite os próprios erros, não se entende com outro ser humano, não existe senso de coletividade: sempre pensam só em si mesmos e nunca está feliz com nada. Como podemos dizer que somos os mais evoluídos? Ou que somos melhores? Vivemos num mundo onde nós o tornamos ruim. O mundo em si possui seu próprio equilíbrio: dia, noite, chuva e sol. Usamos tudo que podemos para inventar novas coisas, destruímos parte do mundo, extinguimos diversas espécies e nunca nada está bom.
Se somos feitos das mesmas células, mesmas fisiologias, sofremos o mesmo tempo de evolução e somos produto do mesmo criador, onde está nossa diferença e igualdade com os animais? Por exemplo, o gorila possui quase as mesmas codificações genéticas que um ser humano, só com 0,03% de diferença. Tão pouco para nos tornar tão diferentes. O que será então que nos transforma em seres tão distintos?
Engana-se quem afirma que os animais não pensam. Um estudo inicial feito na Alemanha no século XIX com os cavalos Elberfeld, comprovou que os animais pensam e até falam, só não o nosso idioma, assim como nós não latimos não vamos esperar que eles desenvolvam o abecedário, para isso foi criado um idioma em comum: código de raps. No livro de Cairbar Schutel mostra que eles também têm capacidade de construção e operações matemáticas complexas que estudantes secundaristas tinham dificuldade em resolver. Após anos de estudos concluíram que os animais possuem esta capacidade tal qual o homem. O que não possuem é essa necessidade.
Os animais são felizes com o que tem, andam livremente pelo seu habitat, conversam entre eles, brincam e se respeitam, não precisam de mais nada. O ser humano em seu infinito egoísmo acredita que só ele pensa, fala, constrói casas ou são inteligentes. Os animais não sentem essa constante necessidade de modificar o mundo, de explorar e se beneficiar dos outros. Os animais sabem seu lugar no planeta, eles sabem que fazem parte de um grupo e que não devem se sobrepor ás outras especies demais grupos para domínio total. Tanto que animais silvestres que tem a relação caça x predador vivem na mesma floresta. As onças não matam por matar, elas predam por fome, não para impor sua força ou espécie. Isso é equilíbrio.
A diferença entre o ser humano e os demais animais está na ambição. Temos ambição de construir casas, de fazer horários de trabalhos tão cansativos que nem temos tempo para a família, de criar armas para destruir outros de nossa mesma espécie. De inventar equipamentos que torturam e matam qualquer um, da mesma espécie ou não. Observe o chicote usado para bater nos cavalos de carroça. O cavalo está sob pressão de seu “dono”, vive apanhando para fazer algo que não é de sua natureza. Quem inventou o uso do chicote? Estrategicamente elaborado para ferir, machucar, humilhar? Observe a cadeira elétrica, tão perfeita em seu funcionamento, mas sua função é fazer alguém sofrer até que seu cérebro paralise mediante tanta dor.
Os demais animais não possuem ambição, eles têm consciência do que podem e não podem fazer. Seguem naturalmente o que está nos seus genes. Não lutam contra sua natureza. Quando amam, amam de verdade. Eles montam grupos e cada um vive na sua ideologia. Grupos de gorilas, girafas, onças, pássaros, etc. Cada um cumpre seu dever, vivem em paz e o planeta agradece.
Para termos idéia da supremacia de um animal Deus aceitava de Abel e outros fiéis animais como oferenda. Já parou para se perguntar o porquê? Os animais são intrinsecamente puros, perfeitos. Um ser humano não estaria à altura de sua oferenda. São impuros e imperfeitos. Tanto que o único ser humano relatado como auto-sacrifício aceito foi o próprio Jesus: puro e perfeito. Os demais seres humanos não têm validade perante um sacrifício ao verdadeiro Deus. E no campo evolutivo caracterizamos o ser humano como produto das dificuldades e acomodações imposta pelo meio externo. Por exemplo: sentindo a necessidade de não subir nas árvores teve o rabo atrofiado (cóccix). Sem disposição para caçar o alimento com as próprias mãos inventaram estilingues e claves.
Nós sentimos necessidades de impor nossa espécie às outras, de nos sentimos melhores e governarmos o mundo. Achamos que as outras espécies do equilíbrio ecológico só existem para nos servir, esquecemos que se um único grupo de minhocas parar de “escavar” a terra se tornará infértil e nada será cultivado no local, ocorrerá a escassez de comida. Um único grupo de minhocas consegue fazer uma população inteira local ficar sem comida.
Dependemos das minhocas, dependemos do trabalho de todos os outros moradores do planeta para que haja o equilíbrio do nicho, porque nós, seres humanos não temos habilidade em manter ou promover esse equilíbrio. Temos urgentemente que parar com essa relação de parasitismo nos animais para que possamos evoluir realmente como espécie e encontrar nossa função nesse equilíbrio. Se usamos os ovos da galinha não devemos mantê-las como sistema de processamento automático de alimentos presas em minúsculas jaulas onde a privamos de sua natureza, mas em troca dos ovos deveríamos oferta-lhe no mínimo o bem estar exigido pela sua genética. Se decidimos nos beneficiar da segurança de um cão ou da companhia de um gato, o que lhes oferecemos em troca?
O mundo possui tantos moradores, desde o unicelular até os seres mais complexos, quanta presunção nossa achar que somos os moradores privilegiados, sendo que não temos função nenhuma no equilíbrio (pesquise sobre função de microorganismos e animais e note como todos ocupam uma função no âmbito ecológico, menos o ser humano).
Se nós realmente fossemos os mais evoluídos e melhores estaríamos demonstrando isso pelas nossas ações de troca de benefício e não pela imposição através da dominação pela força e dor. Enquanto não aprendermos a respeitar os demais moradores do nosso planeta haverá esse constante desequilíbrio. E afinal, quem afirmou ao ser humano que ele é o melhor das espécies?
Muito bom, começo a repensar minha existencia. kk
ResponderExcluirMuito bom mesmo, se todos pensassem assim haveriam menos animais maltratados e abandonados...
ResponderExcluirExcelente! Realmente o ser humano precisa compreender seu lugar, que é no mesmo patamar de todos na natureza, sem superioridade.
ResponderExcluirHoje em dia muito se fala em Apocalipse Divino e Fim do mundo. Mas, será que o próprio homem não está construindo seu próprio Apocalipse ao se julgar superior a todos os outros habitantes do planetas (tanto animais quanto plantas)e subjulgá-los ao invés de se atentar que na verdade, ele é o mais inferior de todos pois depende de todos outros seres para sobreviver.Então, a próxima vez q vc ver um animal abandonado na rua que tal, ao invés de você chutá-lo ou simplesmente ignorá-lo, você ajudá-lo (seja com comida ou simplesmente CARINHO)?Pense bem, e se fose você? ou seu filho? Reflitam pessoas, repensem suas atitudes...
ResponderExcluirMeus parabéns pelo texto Sabrina
É incrível como o ser humano é capaz de tamanhas crueldades contra os animais. Quem de nós hoje já fez o bem a um animal, um cão de rua ou de um abrigo por exemplo, uma adoção, um prato de comida..São pequenos gestos como esses que fazem a diferença. Tantas instituições se preocupam com as crianças e adolescentes abandonados, mas e os animais, quem se preocupa?? Não esquecemos de um detalhe, ao pegar para criar uma criança ou adolescente e um animal, pode ter certeza que o animal nunca te trairá, já o ser humano..possivelmente!
ResponderExcluirExcelente texto. Ainda temos que aprender muito com os animais.
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