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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Enchentes: rio Tapajós está prestes a transbordar

Apenas dez centímetros do cais de arrimo separam o centro de Santarém de uma inundação ainda maior pelas águas do rio Tapajós. Quem deu o alerta foram os comandantes das embarcações que ancoram diariamente na área entre as travessas Senador Lemos e Silva Jardim.
Nesse trecho, por ser mais baixo, o nível da água está a um palmo de sobrepor o cais de arrimo e provocar um alagamento de proporções devastadoras na área comercial da cidade. Medições feitas pela Delegacia Fluvial, na manhã de ontem, revelam que o nível do Tapajós continua subindo em ritmo acelerado e já atingiu a marca de nove metros e seis centímetros, a maior da história de Santarém.
Um novo alerta emitido esta semana pelo Serviço Geológico do Brasil confirma que a região amazônica está vivendo a maior enchente dos últimos 156 anos. Pesquisas realizadas pelo historiador santareno Hélcio Amaral mostram que uma enchente semelhante a esta foi registrada por volta de 1853.
No centro comercial, especialmente na avenida Lameira Bittencourt, onde estão localizadas as principais lojas da cidade, os prejuízos são incalculáveis. O estado atual da avenida em nada lembra o “belo centro”, inaugurado há três anos, quando da revitalização do trecho que vai da praça da Matriz à travessa 15 de novembro. Hoje o cenário é dominado pelas pontes de madeira que foram construídas para facilitar o acesso da população.
Na vila de Alter do Chão, as águas do Tapajós já invadiram residências, restaurantes, pousadas e até um dos principais hotéis da vila. Como a economia da vila é baseada no turismo, os prejuízos saltam aos olhos. Já no vizinho município de Belterra, a enchente castiga as comunidades ribeirinhas, especialmente às que estão situadas às margens do rio Tapajós. Na localidade de Porto Novo, por exemplo, até o cemitério está sendo “engolido” pelo rio.

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