Um grupo de 21
homens que respondem a processos da Lei Maria da Penha, participa na próxima
segunda-feira (26/05) do 2º encontro de avaliação qualitativa periódica do
Projeto “Sem álcool, uma convivência sem violência” no Fórum de Justiça de
Santarém. O projeto, coordenado pelo juiz Geraldo Leite, é uma tentativa de
diminuir os índices de violência no lar causados pelo alcoolismo e vem sendo
realizado desde setembro do ano passado pela Vara de Violência Doméstica local.
O juiz explica
que quando “a vítima registra uma ocorrência na delegacia, declara se o
companheiro estava embriagado e se é alcoólatra, o que serve como parâmetro
inicial para a inclusão dele no projeto”. A partir disso, o juiz determina as
medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha – como manter distância da
vítima – e determina, também, que o acusado assista palestras semanais do grupo
de Alcoólicos Anônimos (AA).
A cada dois
meses uma assistente social vinculada ao Judiciário (com a presença do juiz),
avalia juntamente com seus familiares se o agressor mudou de comportamento. “O
certo seria que pessoas com problemas de dependência com álcool decidissem
procurar o AA voluntariamente – diz o juiz – mas como isso nem sempre acontece,
determinamos sua ida e muitas vezes ele acaba se convencendo de que é bom
continuar o acompanhamento, agora de forma voluntária”.
Condições – o juiz explica que a parceria com o AA prevê que os agressores podem ser
encaminhados de forma condicional em três momentos: como medida protetiva, como
medida cautelar em substituição à prisão ou no momento da aplicação da pena
definitiva, que pode ser suspensa e transformada em acompanhamento dos
Alcoólicos Anônimos. “Queremos evitar a reincidência da violência doméstica e
reintroduzir o cidadão na sociedade, deixando de lado o uso do álcool de forma
consciente, e trazendo paz para o ambiente do lar”, conclui o juiz.
No último encontro de avaliação, em março, alguns familiares relataram
que houve a esperada mudança de comportamento dos agressores após iniciarem o
trabalho com o AA, segundo informou o juiz Geraldo Leite. O projeto já foi
incluído no Banco de Boas Práticas de
servidores e magistrados do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
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