[ i ]
Manaus - O Amazonas foi novamente destaque em uma matéria do programa Fantástico, da Rede Globo, sobre exploração sexual de crianças e adolescentes, neste domingo. Desta vez, a reportagem abordou as investigações da Operação Estocolmo, deflagrada em novembro de 2012, em Manaus.
Com gravações telefônicas, filmagens e depoimentos, o programa mostrou o envolvimento de políticos e empresários do Amazonas com exploração sexual de adolescentes. Um dos apontados foi o deputado estadual Fausto Souza (PSD) que, de acordo com a reportagem do Fantástico, pagou por um programa sexual com uma adolescente de 16 anos em um motel de Manaus.
O programa mostrou uma conversa entre o deputado e um agenciador identificado apenas como ‘Pablo’. Em seguida, o Fantástico mostrou uma imagem de um carro de Fausto, no qual, de acordo com o programa, também estava a adolescente contratada para fazer um programa sexual por R$ 100.
O empresário Waldery Areosa Ferreira e o filho dele, Waldery Areosa Júnior também foram denunciados na reportagem por participação do esquema de exploração sexual. Em depoimento, uma das testemunhas não identificada pelo Fantástico cita que o empresário tem preferência pelas meninas mais novas.
Outro acusado é o ex-prefeito de Jutaí, Asclepíades de Souza, que, de acordo com o Fantástico, além de participar da exploração sexual também é acusado de desvio de recursos públicos.
Também apareceu na reportagem, o ex-consul honorário da Holanda em Manaus, Vitório Nyenhuis. Na matéria, o consul demonstra preocupação com um a possível gravidez de uma menor de idade.
O programa mostrou, ainda, como as menores eram aliciadas para o esquema de exploração sexual. Geralmente, as menores são de bairros pobres de Manaus e recebem ofertas de dinheiro fácil.
Todos os advogados dos acusados ouvidos pela reportagem negaram participação no esquema de exploração sexual de menores de idade.
Em janeiro, o programa Fantástico apresentou uma série de reportagem sobre denúncias de pedofilia envolvendo o prefeito de Coari, Adail Pinheiro. Após as reportagem, o prefeito de Coari foi preso em 08 de fevereiro por determinação do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
No dia 12 deste mês, a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE) decidiu adiar para depois da eleição de outubro a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de pedofilia no Amazonas. Os parlamentares argumentaram que já uma CPI, a da Telefonia, em andamento na Casa, o que prejudicaria o andamento de outra investigação. Outro argumento foi de que os trabalhos da comissão, se fosse criada, terminaria em julho, já no período eleitoral.
Operação
A Operação Estocolmo foi deflagrada pela Polícia Civil e cumpriu oito mandados de prisão, todos em residências em condomínios de luxo, na zona oeste de Manaus. A Polícia Federal (PF) participou da ação porque um dos investigados ocupava o cargo de cônsul. Durante a operação, foram recolhidas mais de mil mídias de CDs e DVDs, além de computadores e câmeras fotográficas. A investigação identificou que pelo menos 30 adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos, eram aliciadas e agenciadas na rede.
Entre os envolvidos, estão o ex-prefeito de Jutaí, Asclepíades de Souza, e o deputado estadual Fausto Souza (PSD). Na época o do portal da Câmara de Deputados divulgou a relação dos acusados: o cônsul da Holanda, Vitório Nyenhuis; o ex-dono de uma instituição de ensino em Manaus, Waldery Areosa Ferreira; e o filho dele, Waldery Areosa Júnior. Além de Aldamor Rodrigues, Anílson Jaime Rodrigues, Casemiro Peixoto Vieira, Francisco Ferraz Feitoza, Janaína Tomaz Ribeiro, Jian Marcos Dalberto, José Roberto Afonso, Luciana Canoe Silva, Oscar Cruz Hagge, Pablo Thiago Gomes, Paulo Sérgio Montenegro, Raimundo Sales Pedrosa, Tayla Silva de Souza, Vitório Nyenhuis, Walcimar de Souza e Wilkens Maciel Fernandes.
Fonte: D24
Nenhum comentário:
Postar um comentário