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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Justiça debate reconhecimento paterno nas escolas

Mais de 24 mil crianças de Santarém não são reconhecidas pelos pais

Uma maratona de 24 encontros da Comarca de Santarém com professores e pais de alunos – iniciada no final de março – será encerrada na segunda-feira (14/04), às 14h00, no auditório do Campus de Santarém do IFPA (Instituto Federal do Pará). As reuniões comandadas pelo juiz Cosme Ferreira Neto (diretor do Fórum de Santarém) e assistentes sociais vinculados à Justiça Estadual, serviram de preparação para a I Semana Santarena de Reconhecimento de Paternidade (SSRP), que será realizada no prédio do Fórum de 22 a 25 de abril, em parceria com o Ministério Público, Defensoria Pública, laboratórios de análises clínicas, universidades, igrejas e a sociedade civil organizada. Magistrados, promotores de Justiça e defensores públicos, atuarão em regime de mutirão durante a primeira SSRP, para viabilizar o maior número de reconhecimentos da paternidade.
Segundo dados da Corregedoria Nacional de Justiça (vinculada ao CNJ – Conselho Nacional de Justiça), a Comarca de Santarém possuía até 2013, aproximadamente, 24 mil crianças com certidões de nascimento sem o registro paterno. “Nosso objetivo nesse período é garantir os direitos fundamentais de pelo menos 500 crianças e adolescentes matriculadas nas redes estaduais e municipais de ensino da zona urbana de Santarém”, explica Cosme Neto. Ele informa ainda que solicitou apoio das emissoras de rádio e TV locais, na divulgação dos spots publicitários do CNJ que enfatizam essa campanha.
Os encontros com pais e professores movimentaram mais de 100 escolas de ensino médio e fundamental de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, que fazem parte da Comarca de Santarém, quando foram esclarecidos procedimentos necessários ao reconhecimento da paternidade.
A campanha terá duas frentes de trabalho: a primeira será do reconhecimento voluntário da paternidade (que segue as regras do programa Pai Presente do CNJ), devendo os pais comparecer ao Fórum munidos de seus documentos (no caso dos filhos serem maiores de 18 anos, estes também terão que comparecer ao ato). Já no caso de pai que tem dúvidas ou que se recusa a registrar seus filhos, a mãe poderá comparecer na Defensoria Pública ou nos núcleos de assistência jurídica das universidades locais com seus documentos pessoais e duas testemunhas, para dar início a uma Ação de Investigação de Paternidade, que ocasionará a intimação do suposto pai e o recolhimento de material para exame de DNA.

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