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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Invasão da área da Fernando Guilhon

A polêmica ocupação do terreno na avenida Fernando Guilhon já dura várias semanas. Ao todo, mais de 3 mil e 500 famílias ocupam o local, num total de aproximadamente 7 mil pessoas.
A ocupação, que começou de forma tímida, intensificou-se e mostrou a realidade de quem luta por um pedaço de terra e de quem se aproveita da situação para pegar terrenos para negociar posteriormente.
Os ocupantes têm convicção de que serão donos do espaço. Tanto que Já tem gente morando em barracas improvisadas.
Parte dessas pessoas é formada por ex-moradores de aluguel, que, segundo eles, foram despejados por não terem como pagar a moradia. Mas sabe-se que outros são invasores que têm onde morar, mas procuram ganhar dinheiro vendendo os terrenos depois de ocupados.
O terreno já está praticamente descampado. Árvores foram derrubadas e lotes demarcados. É possível ver as identificações com os nomes dos futuros donos dos espaços.
A reportagem do Jornal da Rádio Rural esteve no terreno para apurar uma denúncia. Informações que chegaram à nossa redação dão conta de que os invasores já se sentem donos de terrenos.
O movimento para conseguir que o terreno seja, de fato, dos ocupantes não dá sinal de enfraquecimento. Uma comissão, composta por alguns dos ocupantes da área, articula projetos a serem executados no local.
A comissão organizada montou uma espécie de associação para o futuro bairro que já ganhou até nome. Se realmente for levado em frente, o mais novo bairro de Santarém se chamará Império do Tapajós.
E, até o momento quase tudo está a favor dos ocupantes. Como prova, os comunitários mostraram à nossa reportagem dois documentos, assinados pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, Maria Helena de Almeida Ferreira.
Os documentos, expedidos nos dias 30 de outubro e 03 de novembro, respectivamente, derrubam uma possível decisão de reintegração de posse aos que se dizem donos do terreno.
Outro membro da comissão de ocupação do terreno, Ivan Sousa, explica que não há, por parte dos ditos donos, documentação que comprove a posse sobre o local.
Ivan disse ainda que a justiça de Santarém teria dado sinal verde e aceitado a decisão da desembargadora do Estado, que derruba liminar que pede a reintegração de posse do terreno.
Uma preocupação que tem gerado discussões entre várias pessoas é o fato de os ocupantes terem descampado toda aquela área, deixando visível a devastação ambiental.
Sobre essa questão, o IBAMA de Santarém, responsável pela fiscalização ambiental, disse que não teria competência para intervir no caso. Segundo o setor de fiscalização do Instituto, a única coisa que pode ser feita é um trabalho em conjunto, caso o IBAMA seja acionado.
Rádio Rural

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