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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Feijão manteiguinha bate recorde na várzea

A produção de feijão manteiguinha na região de várzea deve ser superior à do planalto. A constatação foi nesta terça-feira (19) na comunidade Tapará Grande. Uma área plantada em caráter experimental de 28 X 115 vai produzir mais de 500 Kg do produto a partir de seis mil pés de feijoeiro, uma produção superior em pelo menos 50%, se comparada com um experimento que foi feito no planalto, mais precisamente na comunidade  Nova Esperança, na região do Ituqui, cuja média de produção foi de 1 tonelada por hectare.
Em apenas 60 dias, foi feita a primeira “apanha”. O produtor Antônio Edimilson Pimentel, conhecido como Macambira, comemorou os primeiros resultados, e destacou o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Produção Familiar (SEMAP) e Coordenadoria Municipal de Incentivo à Produção Familiar, além da EMATER, que estão dando o aporte. Ele garante que com o resultado do plantio, pelo menos 10 agricultores da região já o procuraram, interessados em produzir o feijão.
Mas nem tudo foi tão bom assim logo no começo. As sementes trazidas da região de Bragança tiveram baixo índice de germinação e foram logo substituídas por sementes produzidas no campo experimental da região do Ituqui. Para Macambira “resta agora contratar gente pra fazer a apanha”, comemora.
O feijão manteiguinha, segundo o técnico da Emater, Francisco Loris, foi introduzido no Brasil pelos confederados. Inicialmente, a cultura do manteiguinha era feita na linha de Urucurituba, em frente à cidade de Santarém, no século XIX. Mas de lá pra cá a produção diminuiu bastante. Segundo ele, o feijão manteiguinha tinha o nome de lentilha e só se popularizou como manteiguinha de Santarém. O grande desafio agora será encontrar uma forma de fazer o “desfolhamento”, para facilitar e baratear o custo de colheita. A maturação em tese deve acontecer de uma só vez, usando a técnica.
Com parceria com a EMBRAPA, está sendo feito estudo para adequar o melhor espaçamento, visando o aumento ainda maior da produção. Na área de experimento da comunidade de Tapará Grande, o espaço entre cada planta foi de 1 metro. Nesse sentido ficou comprovada a necessidade de aumentar a área para um intervalo de em média 2 metros de uma planta para a outra. O novo espaçamento já começou a ser adotado em outro campo experimental: o de Santana do Ituqui.
Para o coordenador da CPROF, Otávio Macedo foi interessante a experiência na região do Ituqui, mas  com o sucesso, ainda maior, na região de várzea, os interessados em produzir o feijão manteiguinha, vão receber as sementes e o acompanhamento seja no preparo do solo ou na melhoria da técnica de produção.
Otávio assegura que este é um resgate dessa cultura e tem mostrado que dá até pra vislumbrar que com o interesse dos produtores e o consequente aumento da produção, o feijão manteiguinha, poderá sim, em um período muito curto, ser um produto a ser inserido no cardápio da merenda escolar, através da criação de cooperativas de produtores dessa variedade.

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