A última sessão especial realizada pela Câmara de
Santarém, este ano, foi bastante participativa. Na pauta de discussão um ponto
ganhou destaque: as precárias condições enfrentadas pelos professores do Sistema
de Organização Modular de Ensino (SOME), principalmente no interior do
município de Santarém. A sessão solicitada pelo vereador Dayan Serique (PPS),
resultou num envolvimento maior entre os parlamentares santarenos que ratificaram
total apoio para ajudar no processo de aprovação da Lei do SOME. Uma das lutas
dos trabalhadores da rede estadual de ensino, que atuam no Ensino Modular é
para que o SOME seja oficializado, por meio de Lei Específica, que deverá ser
enviada pelo governo, para apreciação e aprovação da Assembleia Legislativa do
Estado (Alepa), como orienta o Plano de Cargos Carreira e Remuneração
(PCCR).
O SOME foi implantado, na região Oeste do Pará, em 1991 para atender os estudantes das comunidades de São José, Vila do Arapixuna, Vila
do Aritapera, Boim, Alter do Chão e as sedes dos municípios de Belterra e
Aveiro.
Segundo o coordenador do Sistema em Santarém, Luis
Rabelo, os professores querem que seja novamente firmado o convênio entre o
Estado e os municípios, para um melhor funcionamento do Sistema de Organização
Modular de Ensino nas comunidades. “A luta pela efetivação dos convênios já vem
se arrastando há mais de dez anos. O pior é que parte das responsabilidades
listadas no documento, acabaram sendo repassadas para as comunidades, que não
conseguem cumpri-las, com um mínimo de condições”, lamentou o coordenador. Além
da moradia, a questão de transporte também tem deixado a desejar. Os riscos de
morte, tanto por via terrestre e fluvial, já que em muitas comunidades são
usados barcos como meios de transporte, tem aumentado a preocupação dos
professores, principalmente por conta das condições apresentadas.
O diretor da 5ª. Unidade Regional de Educação (URE),
Dirceu Amoedo, reconheceu a situação dos professores e disse que está tomando
providências para reverter o quadro. Ele afirmou que algumas comunidades, já
foram visitadas por técnicos da URE que, inclusive, acompanhou o dia a dia dos
profissionais do ensino regular. “Realmente foram constatadas irrregularidades,
mas a gente já está tomando providências”, garantiu.
O deputado estadual José Maria (PT), que acompanhou a sessão
parabenizou o vereador Dayan Serique pela iniciativa de realizar uma sessão tão
importante para o município e recomendou que outros municípios também organizem
debates deste nível para potencializar a educação no Pará.
O autor da sessão especial, vereador Dayan Serique, lamentou
que num mundo globalizado ainda seja difícil fazer educação, principalmente na
zona rural. Ele aproveitou para elogiar os professores pelo papel que
desempenham, mesmo com as grandes dificuldades. “Os professores aceitaram o
desafio e cumprem o papel direitinho, cabe aos governantes, também, fazer
cumprir com suas obrigações que é de oferecer condições para que trabalho não
seja prejudicado”, disse o vereador.
O vereador aproveitou a ocasião para reafirmar o
interesse que tem em ver a interiorização do ensino superior. “Nós queremos que
as universidades públicas também possam levar até a zona rural (várzea e
planalto) cursos de graduação, para que as pessoas atendidas no ensino modular
tenham oportunidade, tão logo, se formem, de ingressar na faculdade”, acrescentou,
reforçando que é preciso democratizar o conhecimento.
Dayan Serique disse ainda que os atuais vereadores tem se
envolvido bastante na educação do município, por isso, a expectativa é grande
para que os interesses dos professores do SOME sejam aceitos pelo governo do
Estado.
Por: Núbia Pereira
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