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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Sessão Especial é realizada para tratar sobre os 15 anos da Resex

A segunda maior reserva extrativista criada no Brasil, a Tapajós/Arapiuns, comemora 15 anos de existência em meio a uma luta a favor do crescimento econômico. A área utilizada por populações extrativistas tradicionais, tem como objetivos proteger os meios de vida e a cultura da população, além de assegurar o uso sustentável dos recursos naturais do local.
Uma sessão especial foi realizada na manhã desta terça-feira, na Câmara Municipal, para apresentar aos vereadores e a população que vive fora da reserva, as dificuldades enfrentadas  e os avanços alcançados até hoje pelas 74 comunidades que fazem parte do local. Na reserva 20.600 moradores sobrevivem do extrativismo e da agricultura de subsistência, além da criação de pequenos animais.
Segundo o presidente da Organização das Associações da Reserva Extrativista Tapajós Arapíuns Tapajoara, Leônidas Farias, em 15 anos muitas ações foram desenvolvidas, como o sistema educacional, implantado em todas as comunidades com educação Infantil, ensino fundamental e em algumas o ensino médio modular. Como forma de integrar a população da resex, ao mundo, a Tapajoara, em parceria com órgãos governamentais deve implantar, a partir do ano que vem, vários telecentros nas comunidades. Ele lamentou, porém, que na área da saúde, apenas 04 enfermeiros prestam atendimento à população, no entanto, um projeto de unidade fluvial de saúde da família (Abaré), deve garantir mais saúde na reserva.
ICMBIO
Criada pelo decreto presidencial, de 06 de novembro de 1998, até hoje, a Resex não possui um Plano de Manejo o que dificulta novas ações no local.
Para o gerente do ICMBIO, Mauricio Mazzotti, a Reserva extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais. De acordo com Mazzotti, as áreas particulares que estão incluídas nos limites da resex devem ser desapropriadas.
O gerente afirmou ainda que no local, são proibidas exploração minerais e caça (amadora e profissional).
Força Política
A participação do poder legislativo ganhou força dentro da Resex. A partir deste ano o vereador Dayan Serique passou a integrar a equipe gestora que luta, pelo reconhecimento e garantia de permanência das comunidades tradicionais. É a primeira vez que um vereador passa a integrar o grupo diretamente.
Hoje, a Resex é administrada pelo instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO, que para o vereador Dayan Serique possui um grupo técnico muito reduzido. “É preciso que o governo federal dê mais atenção e disponibilize mais servidores para atender a população que vive dentro da reserva”, reforçou.
Outros pontos que também merecem atenção são ligados as áreas da saúde, educação e segurança. “Nós precisamos fazer chegar até a Resex, tecnologia e conhecimentos. É preciso que as universidades públicas, como a Universidade Federal do Oeste do Pará UFOPA e a Universidade do Estado do Pará - UEPA, faça expansão dos cursos para esse tipo de local, onde muita gente vive ansiosa por um curso superior, mas não tem condições financeiras de deixar o local de origem”, acrescentou . Dayan Serique afirmou ainda que o  próprio Instituto Federal do Pará precisa oferecer cursos tecnológicos dentro da reserva, como forma de agregar valor ao produto.
Luz para Todos
O vereador Dayan Serique chamou atenção dos colegas para um outro tipo de necessidade das comunidades da Resex: a falta de energia elétrica. “Sem energia, as comunidades não se desenvolvem. Nós precisamos fazer com que o Programa Luz para Todos, chegue até os locais mais distantes do nosso município, e contemple também a nossa população tradicional”, justificou.
Outra dificuldade apresentada é em relação ao acesso entre as comunidades. Na reserva não existem pontes. Por lá, a questão da segurança também é precária. Por isso, o vereador sugeriu que seja implantada uma Unidade Móvel de Polícia, para atender, por meio de barco, tanto as comunidades do rio tapajós, quanto do arapiuns.


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