A Unidade Materno Infantil "Dr. Almir Gabriel", conhecida como Nova Santa Casa, será inaugura nesta segunda-feira, 16, com 406 novos leitos instalados em uma área de 22 mil metros quadrados. O complexo tem sete andares, com leitos, distribuídos nas alas de pediatria, neonatologia, UTI materna e pediátrica, maternidade, Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), ala para o programa "Mãe Canguru" e acolhimento obstétrico.
A infraestrutura do hospital, que custou cerca de R$ 177 milhões, inclui ainda um heliponto, para facilitar a transferência de pacientes de outras localidades do Estado. Com essa ampliação, a Unidade Materno Infantil passa a oferecer 122 leitos, em vez dos 110 existentes. Já os leitos de Unidades de Tratamento Intensivo passam de 70 para 100, sendo 10 adulto/materno, 10 pediátricos e 10 neonatais.
Na ala pediátrica serão abertas oito novas vagas para pacientes clínicos e 14 para pacientes cirúrgicos, totalizando 62 leitos pediátricos, que atenderão várias especialidades, entre as quais a nefrologia. O ganho em leitos também envolverá a pediatria cirúrgica, incluindo a neurocirurgia, que é o atendimento das crianças portadoras de hidrocefalia e outras alterações do sistema nervoso central.
Outros 16 leitos estarão reservados para patologias ginecológicas, distribuídos em uma enfermaria específica. Neste setor, as mulheres poderão realizar, inclusive, procedimentos videolaparoscópicos em novas salas de cirurgias. "Temos um bom nível de atendimento e queremos avançar ainda mais, para garantir a excelência do nosso maior produto, que é o nascimento", destaca Eunice Begot, presidente da Fundação Santa Casa.
"Teremos a maior maternidade do Brasil e a nossa unidade neonatal será uma das maiores do mundo. Isso gera orgulho em todos os servidores, afinal, também nos realizamos quando ajudamos a cuidar de outro ser humano", completa.
Mesmo com a inauguração, a unidade centenária continuará funcionando, mas reduzirá o número de atendimentos para que o prédio seja reformado. Com isso, o novo complexo Santa Casa atuará, a partir desta segunda-feira (16), com um total de 576 leitos. “O hospital foi feito por cada contribuinte. A nova unidade permitirá que a Santa Casa trabalhe sem superlotação”, garante o governador Simão Jatene.
No prédio centenário continuarão serviços como ambulatório, clínica médica e clínica cirúrgica, terapia substitutiva renal e o diagnóstico por imagem. Na Unidade Dr. Almir Gabriel haverá, além de duas alas de pediatria clínica e cirurgia pediátrica, farmácia satélite e a equipe multidisciplinar em ação.
A ampliação de leitos da pediatria geral também é significativa. De acordo com um levantamento da diretoria assistencial da Santa Casa, os leitos de neurocirurgia passam de três para 10. "A Santa Casa é referência para a neurocirurgia. Com esta ampliação, iremos fazer com que esta fila ande mais rápido", diz Ana Cristina Alves.
A nefrologia terá um ganho de mais quatro leitos - de seis para 10. Haverá ainda mais leitos cirúrgicos pediátricos, para procedimentos como a correção de má formação. Dois leitos ainda estarão à disposição para atendimento a vítimas de escalpelamento.
Humanização
Além de proporcionar o melhor espaço físico-funcional para o Hospital Materno Infantil, o projeto carrega uma notável preocupação quanto à humanização do ambiente. Conforme salienta José Freire, autor do projeto arquitetônico, foram concebidos amplos espaços de estar e espera, sempre com materiais adequados ao conforto visual, sonoro e lumínico, além de adequadamente coloridos.
O arquiteto ainda explica que também foram incluídos refeitórios para pacientes e acompanhantes em todos os pavimentos de internação, além de espaços especiais para estar, repouso e higienização das mães. “Neste quesito, vale salientar a funcionalidade proposta para o Banco de Leite, que valorizou os espaços das doadoras, além das áreas técnicas laboratoriais”, complementa Freire.
O mesmo ocorreu no projeto das enfermarias especiais “Mãe Canguru”, equipadas com todos os itens necessários ao conforto das mães e crianças internadas, assim como na área de parto normal do Centro Obstétrico, buscando maximizar a humanização do parto.
Os partos humanizados, uma estratégia do Ministério da Saúde já implantada na Santa Casa do Pará, serão expandidos com o funcionamento da Unidade Materno Infantil Dr. Almir Gabriel. É a expectativa e uma das metas da equipe de humanização da Fundação Santa Casa.
A notícia gera ansiedade entre os usuários da maior maternidade do Estado. "O novo prédio está muito bonito, quero ter meu filho ou filha lá", diz Daniela, que está no segundo mês de gestação.
Márcia Maciel, médica especialista em pediatria neonatal, adianta que a nova estrutura da maternidade, adequada ao que há de moderno e funcional na área da saúde, possibilitará ganhos. Segundo ela, será viável a utilização de um ambiente de penumbra (pouca luz) no momento do parto. Além disso, a usuária vai escolher o acompanhante e a posição em que vai dar à luz - os três itens essenciais para a prática de humanização no atendimento a uma grávida em trabalho de parto.
"O parto humanizado já ocorre no prédio centenário. Mas, devido a intercorrências operacionais, muita demanda de nascimentos de alto risco, pode acontecer de não ser tão humanizado como a gente almeja. Na nova Santa Casa, em que as equipes serão estrategicamente organizadas de forma a proporcionar melhor esta atuação, acreditamos que vamos obter um resultado melhor", enfatiza Márcia Maciel.
No local de parto, um berço será colocado para iniciar a aproximação da mãe e do acompanhante ao recém-nascido. "O bebê vai ficar perto da mãe. Ele será assistido pelo pediatra dentro do local onde a mãe tem o neném", assegura Márcia.
Agência Pará de Notícias
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